quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Trabalha, nego.

Todo mundo aqui chama Marco. O alemão, filho de italiano da aula, o dono do Yellow Hostel, os italianos que me pararam na rua, os italianos donos de apartamentos pra alugar e até o meu novo amigo italiano. Marco Buseguin.
Ele me chamou pra ir jantar na casa dele, de novo, porque eu o pedi pra me ajudar a fazer um currículo. PRECISO DE UM EMPREGO.
Olha que lindo que eu sou em italiano:



Fora que sou utente autonoma em japonês...
...
Não sei se é o ar daqui, mas todos os sapatos estão acabando com a minha felicidade de viver. Comprei um trem lindo, de 5 euros, achando que tava abafando, abafado fico foi meu pé, todo embolhado e dolorido.
E foi descalça que passei um dia na sala de estudos da Facultà di Economia di Tor Vergata.
Gente. Esse povo estudando é legal demais. Assim, LEGAAAAAAAAAAAAAAAAAALLL legal não. É legal de bizarro. Eles todos ficam repetindo coisas em voz alta - as provas são orais e tals e é época de exame especial, repescagem, e aí ta cheio de gente estudando pra fazer a prova e passar e tals.
Fiquei mesmo observando a galera. Fingi que estudei um pouco de Passato Remoto. Tava interessada mesmo em observar o cotidiano acadêmico desses italianos - 90% homem, igual em toda a itália - e rachei de ri sem escrúpulos mesmo quando um ragazzo caiu da cadeira e a menina que tava na mesma mesa não se cansava de gargalhar. Primeiro ela ria do tombo, depois de mim, toda random também rindo do tombo.
...
De noite, já tarde, cheguei em casa com o Lucas porque ele precisava buscar umas coisas dele que ficou no meu quarto. (eu falei prele guardar a mala grande no meu quarto, que era mais seguro). A gente foi entrando e Concetta foi dando BuonaNotte e indo pros aposentos dela. Menos de 30 segundos depois um estrondo e coisas caindo e rolando por mais de um minuto. Com a luz apagada, Lucas esbarrou fortemente, até derrubar, um móvel da sala, com um prato de porcelana em cima. "Fala que foi você!" - Foi tudo que eu escutei de voz humana.
O trem caiu, a tampa de pedra saiu prum lado, prato pro outro, PILHAS PRA TODO LADO (o móvel só tinha pilha!!!!!! Mesmo!). Depois do barulho, a calmaria. Nada se quebrou, tudo foi reposto em seu lugar e Concetta NÃO QUIS NEM SABER O QUE TAVAM QUEBRANDO DA CASA DELA, O QUE TAVA ACONTECENDO OU PORQUE TAVAM JOGANDO SUAS COISAS NO CHÃO. É impressionante como esse povo é desprendido! Ela não quis saber MESMO. Nem voltou, nem perguntou nem nada. Ignorou sua casa caindo e continuou quieta no canto dela.
Como fiquei meio sem saber, depois de rir muito, claro, escrevi um bilhete pra ela:

Concetta, 
Mi spiace tanto, ma questo è caduto iere sera. 
Penso che sia tutto a posto, mas se non, fammi sapere.
Luiza

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