Pisa em Lucca em Pisa

Não dormimos. Acordamos de madrugada, como quem acorda com uma leve dor de barriga, arrumamos igual ratinhas, no silêncio dos sonos alheios, e partimos pra Pisa.
Uma impressão? Cidade torta.
Tudo que a cidade oferece para visitar é a Pizza dei Miracoli, dos milagre. Alí tem uma basílica, um batistério, uma coisa que não lembro o que era, dois museus e a famosa Torre de Pisa. Além de chuva, muita chuva. Uma pena, pois com chuva não se pode ver muita coisa e ainda atrapalha a subida laborosa na torre. E te conto que ela é torta MESMO. Assim, dá vertigem de tão torta. É loucura ela ainda estar de pé. Eu jamais procurarei palavras pra explicar o fenômeno, então faça você mesmo, ou como diriam os italianos, fai da te.

Segura que tá caindo... (a chuva começou logo depois disso!)

O que fazer então em Pisa se o que temos pra conhecer está tomado por névoas e gotas gordas de chuva?
Zarpar pra Lucca. Simbora.
Lucca é uma cidade pequena e antiga e linda ao lado de Pisa. 20 minutos. Assim, não foi beeem só 20 minutos não. O trem agarrou uma hora e demoramos foi uns belos 40. Alí tem uma praça redonda que faz 360 graus, com casa circulando, assim, tudo curvo mesmo e só 4 entradas pra esse meiozinho todo. É lindo de se ver. A cidade é mesmo um charme, e fica todo depois de um muro e um pequeno túnel de tijolos que temos de atravessar. Vale muito a pena ir conhecer. Vi raccomando! Ainda mais que os Pizzaiolos, mesmo que deem informações erradas, são uma simpatia. Vide o chefe de Gabriele, o mocinho servidor de pizza, cara de Luiza Lages.

Anoiteceu, chegou a hora. Mas aí os 20 minutos da volta foi a viagem de 20 minutos mais longos da vida de qualque viagem. Não é que me aconteceu um acidente na estrada, na passagem de nível, envolvendo carros e trem e fudeu todas as passagens de trens por mais de horas?
O que a gente fez nesse tempo? Tudo que imaginamos, ou seja, nada, dentro do trem na estação de Lucca, incluindo paquerar maquinistas, secar sombrinha e dormir.