quinta-feira, 29 de setembro de 2016

TERZA PUNTATA!

Ano 2016. Já faz um tempinho, eh?
Mas como fiz meu dever de casa quando em Roma, isso é, das outras vezes que passei por aqui deixei na Fontana di Trevi reais, euros, pesos chilenos (tinha achado uma moeda chilena no chão), estou aqui mais uma vez!
Sempre disse que meu sonho era poder frequentar Roma como quem frequenta o Rio de Janeiro. "Vou ali rapidinho, fazer um negócio rapidão", pronto: tou em Roma. Fico muito, muito, mas muito, mesmo, muito feliz que isso (de alguma forma) está acontecendo. Porra... É a terceira vez em Roma e ainda quero vir mais tantas outras! Mas, afinal, o que vim fazer aqui dessa vez? Matar a saudade da cidade? Tá, sim. Mas é que tem mais. Vim pra matar saudade, certamente e primeiramente Fora Temer!, claro, mas aproveitei pra rechear um pouco mais a viagem. Vim para passar 15 dias e estudar Italiano (tanto tempo que não falava nada que já esqueci foi tudo) e vim também para aprender um pouco da arte da culinária italiana (pães, massas, cozinha vegana). Que belo clichê, né? Mas quem disse que eu não amo um clichê?


Fontana di Trevi, esse belo clichê!

Cheguei em plena quinta-feira, no fim do mês, porque a passagem é mais barata quando se voa no meio da semana. As aulas começam segunda, então terei uns dias pra flanar por aí. E como boa leitora de Walter Benjamin que sou, a arte de flanar está em mim e vou compartilhar um pouco dela por aqui.

Clique aqui para a trilha sonora deste momento

Já no primeiro dia nessa cidade loka muito loka  mágica, me lembrei de como foi chegar aqui pela primeira vez. E pela segunda também. Não por que essas memórias têm algo especial de se contar. É que eu senti exatamente a mesma coisa ao ver pela janela do transporte, no trajeto do aeroporto ao centro, os monumentos todos. Lembro de ter me dado um trem, sabe? De ter perdido o ar com a lua, com o Coliseu, Teatro de Marcelo... E hoje estava eu lá, perdendo todo o ar de novo! Como se fosse novidade. Desde então tou rindo de orelha a orelha de contentamento. Tão bom essa sensação de que estou fazendo a coisa certa!... E te falo que eu não entendo as pessoas. Ou esse povo finge costume muito bem ou eu sou bem dal. Me dá uma coisa perto desses trem velho tudo que tem aqui, tipo as ruínas e Coliseu. Fico, além de adimirando grandiosidade da matéria, imaginando aquele povo antigo andando no meio da gente hoje. Roma tem muitos tempos diferentes, num dá pra ser indiferente a isso. Isso interfere mesmo no sentir. No meu, pelo menos... Além de puro clichê eu sou a nata do brega. S2.

Olha, se está lendo isso de pé, pelo celular, meio com pressa, te dou um conselho: senta. Senta que lá vem história e talvez seja longa - mas não desista, que talvez seja boa!

Tu-tururu-tutu-tururu-tutu-tururu-tuturu!

Allora!
Cheguei sem muitos problemas, afinal já sei como funciona o esquema do transporte, já sei onde fica a Termini, sei me localizar, falar italiano suficiente pra me comunicar, essas coisas. Então foi tudo sem traumas por aqui. Aluguei um quarto no prédio do Yellow Hostel, o mesmo hostel que me abrigou em 2009. Legal, né? Sim. E que boa a vida quando tudo funciona! A moça que me alugou é amiga da Concceta e é um amor de pessoa. Anna Solinni ela se chama. E sua filha Chiara. A comida dela é toda fresca e orgânica, ele é vegetariana, pratica Yoga com os amigos em casa toda quinta, tira o sapato pra entrar em casa e está desde sempre me fazendo sentir bem por aqui. Conseguiu Anna! E obrigada por isso. Mais uma manifestação de clichê brega: S2 pra você!
Fato é que tudo mudou muito dos outros anos pra cá. O Yellow era de um lado da rua e agora é de outro. Então eu moro agora de frente pra onde morei em 2009. Tiraram a fontanella de água de frente dele, (queria saber o porquê), tomaram conta de mais dois prédios na rua... O Yellow está crescendo e prosperando. Felicidades, Yellow.
Outra coisa que mudou é a tecnologia disponível. Quando morei aqui há 7 anos não existia 3G. Tinha Wi-Fi, e às vezes escasso! Não tinha essa comunicabilidade toda a todo lugar e muito menos tinha App de paquera, tipo o Tinder e Happn. Como boa comunicóloga que sou, uso tudo isso a meu favor. Criei o projeto: Uma Refeição Grátis Por Dia. Necessidades, gente. Nada além de necessidades... Como funciona esse projeto? Que os italianos não leiam isso, mas vamos lá:

- Italianos usam Tinder
- Italianos gostam de Brasileiras
- Brasileiras (eu) usam Tinder
- Brasileira (eu) gostam de italianos
- Italianos para paquerar convidam meninas pra algo e sempre pagam a conta
- Meninas (eu) tem necessidade de comer todos os dias
- Comida na Itália é medida em Euro
- Euros custam R$4,00 cada

Junte todas essas frases em uma narrativa e sai isso: Usarei Tinder na Itália para conhecer garotos legais e cada dia sairei com um garoto legal diferente e ele me pagará uma refeição e com isso conheço pessoas,  pratico italiano, tenho companhia e economizo em uma refeição a cada dia! Eu sou uma gênia, diz aí! Eu não presto, mas eu sou gênia.
Mal cheguei e já coloquei o plano em prática. A dignidade que me resta quer preservar a identidade dos moços e por isso vou usar apelidos. Usarei nomes de Pokemón porque é outro app que usarei bastante por aqui. Então... Com uma hora em casa já estava de date marcado com Ratatta, 35. Ratatta é gatinho! Arquiteto simpático e gentil fez um belo giro comigo por Roma. Me contou ótimas histórias sobre diversos prédios e que eu não fazia ideia! E eu contei pra ele sobre o Pasquino (que já contei aqui também em 2010! Relembre aqui), que ele nem conhecia. Então rolou uma troca aí, vai... Ratatta me levou para almoçar uma pasta fresca muito delícia e eu o levei para comer Tiramisù. Ele nunca tinha ido ao Tiramisù mais famoso da Itália. O melhor. O rei to Tiramisù. O autêntico. Todos aqueles nomes dos rocamboles de Lagoa Dourada valem para o Tiramisù do Pompi. Levei Ratatta para comer Tiramusì, mas ele fez questão de pagar tudo. Eu não vou reclamar, né? Obrigada Ratatta, você é muito gentil!


O verdadeiro, autêntico, original, rei do Tiramisù!


Ratatta não é daqui de Roma. Ele é da cidade tradicional dos mascarpone. Talvez por isso nunca tenha ligado em provar o melhor, o verdadeiro, autêntico (...) Tiramisù do Pompi. Diz ele que isso lá nem valor tem. Tem pra todo canto e é muito barato, tipo nosso chuchu, que dá na cerca. Cada um tem seu chuchu afinal... Numa longa caminhada revi Piazza della Repubblica (a empresa dele fez o projeto de iluminação dessa praça, que é linda e lindamente iluminada!), Fontana di Trevi (obviamente já deixei reais e euros lá para voltar o quanto antes), Piazza Spagna e Trinità dei Monti (tá limpinha, acabaram de limpar, tá brilhando! Custou 5 milhões de euros a limpeza), Piazza del Popolo (tava rolando um grande evento da esquerda trabalhista lá. Me senti em casa), Piazza Navona (gostava da bandeirona brasileira nessa praça, na embaixada, mas quis esconder esse símbolo golpista dessa vez), Zona di Augusto, Pantheon, Altare della Patria (Monumento a Vittorio Emanuelle) e tantas outras coisas que nem lembrar eu lembrava! Olha... Te conto que conhecer todos esses monumentos e lugares é muito legal, mas suspeito que rever tudo isso é ainda mais interessante! Aquela coisa gostosa no coração de quando matamos saudade de algo ou alguém, sabe? É bem isso que estou sentindo! Estou muito feliz de poder estar aqui mais uma vez!

DIA 1: 100% de aproveitamento + uma bela cia descoberta!

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